domingo, 14 de outubro de 2007

What the Fuck!?


Desculpem mas este tem que ser grande!
Ainda estou pasma! Por momentos cheguei a pensar que isto fosse obra do sono, mas afinal não. Afinal estava mesmo diante da maior barbaridade escrita que alguma vez vi. Rui Ramos, que dá pelo titulo de historiador, é licenciado em História e doutorado em Oxford (palavras do senhor Paulo Pinto Mascarenhas). Ora este Sr. Dr. Historiador escreveu um artigo, publicado na revista Atlântico, intitulado de Heil Che. Esta revista, que tem também um lugar na blogosfera - http://www.atlantico-online.net/blogue/ ou http://revista-atlantico.blogspot.com/2007/01/rui-ramos-no-pblico.html - foi mencionada num outro sítio da mesma - http://virtualidades.blogspot.com/2007/10/heil-che.html - por causa deste mesmo artigo, em que o deslumbrado bloguista contava assim:


As esquerdas ficaram alarmadas com a brilhante capa da Revista Atlântico deste mês. Provavelmente não leram o brilhante artigo do Rui Ramos, que até nem chega a escrever directamente sobre mortandade causada por Che no período revolucionário cubano. Até é um artigo soft, mas bem elucidativo da essência da personalidade de Guevara. Argumentos e factos históricos não interessam a este debate. O que realmente importa é "berrar" contra a analogia criada pela imagem. Che Guevara, inacreditavelmente, ou não, continua um icon desta esquerda revolucionária e saudosista. Mas esta idolatria em relação ao médico argentino também nos diz muita coisa sobre esta "gente". "Diz-me quem idolatras, e eu digo-te quem és!"
Published by Nuno Gouveia on Terça-feira, Outubro 09, 2007 at 17:38

Realmente o que aqui não importa são argumentos e factos históricos, vamos reflectir?
Bom, como gosto de falar e ter a certeza do que digo, qual não é o meu espanto a ver que o tal artigo era mesmo a comparar Ernesto Guevara a Adolf Hitler!! Como ainda estou um pouco atordoada deixo-vos aqui pitada desse mesmo artigo:


O “povo” foi a grande companhia imaginária de Guevara. “Sem o apoio da população” nada podia ser feito, repete vezes sem conta. Mas essa população não era a das pessoas que existiam. Era um povo teórico, que o próprio Guevara se propunha criar submetendo a população à hierarquia e disciplina rígidas do exército revolucionário. Fora da hierarquia e da disciplina revolucionária, o povo não lhe interessava: “a democracia revolucionária não se exerce na condução dos exércitos em nenhuma época e em nenhuma parte do mundo, e onde isso foi tentado, acabou em fracasso”. Fala muito dos “camponeses pobres”. Mas diante deles, no Congo e na Bolívia, percebeu que não podia comunicar com eles. No Congo, porque os revolucionários cubanos que o seguiam nunca levaram a sério os nativos: “Os nossos eram estrangeiros, seres superiores, e faziam-no sentir com demasiada frequência”. Ele, porém, não era melhor, quando escrevia que viera para “cubanizar os congolenses”, impor ao seu desleixo a regra ascética do exército revolucionário (ficando furioso quando julgou assistir à “congolização dos cubanos”, contaminados pela anarquia local).
Na Bolívia, os camponeses que o viram e ao seu bando chamaram-lhes, como Guevara notou no diário, “os gringos”. Era o nome dado aos brancos dos EUA. Guevera, o inimigo dos gringos, era um gringo: o filho literato de uma família de aristocratas e milionários argentinos, definido acima de tudo pelo ancestral ressentimento das elites espanholas da América contra os EUA – um sentimento suficientemente forte para a família se lembrar que Guevara, em 1945, se opôs à entrada da Argentina na guerra contra a Alemanha nazi, porque considerava os EUA, e não o nazismo, o inimigo principal".

In o Insurgente - http://www.oinsurgente.org/2007/10/02/o-desprezo-de-che-guevara/Post intitulado O desprezo de Che Guevara, Publicado a 02 de Outubro de 2007 às 1:30 am por André Azevedo Alves.


Este senhor baseando-se nos diários de Che Guevara, elaborou, de acordo com aquilo que lhe pareceu bem, uma grande Estória. De qualquer forma, se este senhor faz estas afirmações espero que as possa provar. Quanto ao termo "gringo" eu passo a esclarecer - Gringo é um termo utilizado na América Latina, existente tanto em português quanto em espanhol. Pode denotar significados diferentes de acordo com o país ou a região que é utilizado. De maneira geral, o termo é aplicado para indivíduos estrangeiros, residentes em ou de passagem pelo país, especialmente quando falante de língua não vernácula. O que faz de Che Guevara um estrangeiro na Bolívia e não um Americano, certo?
Relativamente à última frase citada, esta posição de Che está correcta do ponto de vista do Comunismo, como também há que ter em conta a posição da própria Argentina, sim porque Che Guevara não pode servir de bode espiatório para tudo! O que preciso dizer ao Sr. Dr. Rui Ramos é que nós não tínhamos nenhum Che Guevara a impedir Salazar de se opor à entrada de Portugal na guerra contra a Alemanha. Contudo, ao contrário da Argentina que se fechou sobre as suas próprias guerras, Portugal meteu o rabinho entre as pernas e fechou-se sobre si próprio, porque assim, ou a Salazar, convinha! Agora diga-me qual destas posições a mais correcta? A meu ver, nenhuma! Não julgue p'ra fora, vá cá p'ra dentro!
O que, de facto, me irrita mais é a cambada de leigos que, aparentemente não auferindo de nenhum sentido critico sobre aquilo que lêem, aplaudem esta barbárie de artigo, bajulando o tal senhor.
Se por acaso não percebem o porquê da minha indignação a esta comparação demente que Rui Ramos faz, eu vou mostrar-vos outros artigos deste e sobre este mesmo senhor, que podem esclarecer, não só a minha profunda indignação, como também o seu cerne de pensamento e de todos os que o classificam como "o maior historiador de sempre". Passo então a citar um artigo de Rui Ramos sobre a execução de Saddam Hussein, presente no blog, quem diria (!), da revista Atlântico:

Quando quase nada é óbvio
RUI RAMOS(Público 3/01/06)

Para quem não pôde abster-se de imprensa ou internet nos últimos dias, foi impossível escapar às imagens da execução de Saddam Hussein. A propósito, discutiu-se quase tudo, da pena de morte à “justiça dos vencedores”. Partilho muitas das reservas perante a execução, mas a última parece-me descabida. A justiça é sempre de quem, além da razão, tem a força. O que foram os tribunais de Nuremberga ou de Tóquio, senão justiça dos vencedores? Não há justiça dos vencidos. É verdade que o processo de Bagdade deu sobretudo forma judicial a uma execução política. Mesmo assim, foi uma apreciável homenagem da vingança à legalidade, num meio em que as vidas humanas são baratas.

Faço aqui uma pausa para dar uma grande ovação a Saddam Hussein que, sendo uma pobre vida humana barata, matou outras milhentas pobres vidas humanas baratas, mas que aos olhos (vendados, creio) de Rui Ramos, não interessam aqui p'ra nada!

(...) Teria preferido ver Saddam na Haia, como Milosevic, embrulhado num processo interminável. Mas isso é uma questão de sensibilidade cultural.

Então é assim, este senhor, tão sensível do ponto de vista cultural, preferia ver Saddam no tribunal num processo interminável, ou seja, "não vamos matá-lo que isso é pouco e muito feio! Vamos mazé atulhá-lo de borucracias até às barbas na Holanda, porque isso sim vai doer e é justo!". De seguida, para se limpar (a meu ver), Rui Ramos fala de Bush e do seu deplorável desempenho como representante do Império Estado-Uniense. Ora que fique aqui bem claro que eu considero que a pena de morte é, de facto, um parcial desrespeito pela vida humana. E parcial porque se deve ter em conta que quem vai ser executado não é a senhora Laurindinha que decidiu roubar um tomate na mercearia da vizinha, são pessoas que cometeram crimes hediondos e que acima de tudo roubaram outras vidas, a meu ver, não menos importantes. E a abolição da pena de morte neste casos é, para mim, como uma declaração de insanidade mental num tribunal, que faz com que estas pessoas possam não ter que pagar pelos seus crimes da forma que seria esperada. Para mim, a declaração de insanidade mental devia ser uma constatação já interiorizada à priori, uma vez que quem mata por matar não é, de facto, bom da cabeça. Contudo, isso não faz com que deva ficar impune.
Quanto ao Bush, Sr. Dr. Rui Ramos, aquilo que diz não é novidade nenhuma, a gente já sabe a merda que para ali vai e, que o pobrezinho ainda tá na época dos descobrimentos petrolíferos.
Agora e, para vosso alivio (isto é, para os que lerem isto até ao fim), já para finalizar, deixo-vos uma opinião de um bloguista que explica esta perseguição de Rui Ramos à esquerda.

Rui Ramos

Um programa de História, na RTP, feito por um homem de direita é algo novo. Nos últimos 30 anos nunca tinha acontecido. Pode tornar-se hábito, atenção. O público (o pouco público que vê estes programas) pode gostar de ouvir outras pessoas - um público mais heterogéneo, que não se resuma só ao Bloco. Claro que o primeiro programa, com a Maria Filoménica Mônica, ficou na base da conversa de café. Mas este, emitido ontem, com Adriano Moreira... Enfim, é de ficar a ouvir até ao fim, colada a cada memória, a cada pedaço de história viva, a cada fio de conhecimento. Que em Adriano Moreira é como o fio de Ariane. Nunca termina.
In http://tangerinadoce.blogspot.com/2006/10/rui-ramos.html, publicado por Judite a Quarta-feira, October 11, 2006.

Falta só, aqui, um comentário a este post:

SGC said...

O Rui Ramos é, actualmente, um dos meus historiadores de eleição - socorro-me, amiúde, dos seus escritos, para sustentar a(s) minha(s) tese(s) e...já era tempo destes "pás" começaram a saber o q é a História! (a verdadeira) (...) Em Belém não devia estar aquele "equívoco" da direita, mas esta direita lúcida, personificada na figura de Adriano Moreira, mas há povos que não merecem pessoas ilustres...
Abraço apertado da velha amiga de direita!

Primeiramente, está tudo esclarecido! Ele é um homem de direita! Daqueles que têm a figura de Salazar na mezinha de cabeceira. Em segundo lugar, portanto, "um público mais heterógeneo que não se resuma só ao Bloco", a fraca audiência destes programas é do Bloco de Esquerda. Eu não sou, e agora? E os dados do INE??? Em terceiro lugar é Maria Filomena Mónica! E não Maria Filoménica Mônica...Isto ainda precisam de umas aulinhas. Por fim, quanto ao comentário depreende-se que a verdadeira História é a de direita! Opah por favor!!!!!!!

Bom já já mesmo para acabar, eu devo explicar que a minha simpatia pelo Comunismo, deixa muito espaço para criticar o mesmo. Não concordo com muitos aspectos que integram a ideologia Marxista-Leninista e, muito menos, com alguns pontos da história política do partido. No entanto, nada me dá o direito de desrespeitar a memória daquele que lutou pelos direitos de muitos povos latinos e que é hoje uma referência mundial na luta pelos direitos básicos de qualquer cidadão. Cabe-me tembém dizer que, para lá desses handicaps estruturais e ideológicos do PCP, este é o único partido que, mais uma vez a meu ver, é fiel na sua representação do povo.
Ah e em relação aquilo que é dito aqui - http://barnabe.weblog.com.pt/arquivo/049661.html, intitulado de O Cunhal de Rui Ramos, só tenho a dizer que foi graças ao Senhor Cunhal e à tortura a que foi submetido, que Ruizinho pode expressar todas estas barbaridades e que, ao contrário do que é dito, não se deve considerar um erro o ser-se fiel aos ideais, mas sim um acto de coerência e coragem que hoje não abunda nem a torto nem à direita.

23 comentários:

Anônimo disse...

Lá porque estava contra os EUA, Guevara não apoiou Hitler. Nem acredito na comparação. Nem quero acreditar que seja possível dizer barbaridades destas e publicá-las e ser pago por isso e dementes sociais dizerem que a partir deste momento vão dar as opiniões do pseudo historiador como válidas. A culpa só pode ser do sistema.
É verdade que o regime cubano se impôs graças em muito à violência e há muitas coisas erradas nos ideais de Che Guevara. Mas o que é que não está errado??? A sério... Se tiveres uma resposta dá-me porque adorava que me mostrassem a perfeição para eu poder dizer "Existe!!!". "Há coisas fantásticas, não há?!?" Perfeitas é que ainda não vi. Se calhar ando distraída.
Odeio pessoas que se julgam no direito de julgar os outros, este foi um bom momento de hipocrisia da minha parte. O que Guevara fez pela a América do sul e pela humanidade... A sério, nem dá para descrever. E depois aparece um Rui Ramos que o compara a Hitler e dá-me vontade de esquecer Gandhi. Che Guevara não foi perfeito como eu gostaria de poder dizer, mas nunca cedeu, nunca desistiu, nunca se vendeu, nunca foi o Hitler latino e sei que nunca o seria, mesmo se não tivesse sido assassinado pelo exército do congo a mando da CIA. Eu nunca faria comparações entre o Bush e o Hitler, embora sejam igualmente ridículos e desprezíveis, mas acredito que daqui a umas décadas será possível ver a verdadeira merda que Bush anda a fazer e depois meninas em bikini poderão dizer em concursos Miss Planeta-sem-camada-de-ozono que se pudessem davam um tau-tau nos dois. Oh, mas disso nem vale a pena falar.
Já agora, Guevara pertencia à aristocracia, mas só lhe faltava ser pedinte. Opah! Parece que estou a ver o Ernestito a acordar de manhã e a pensar "quando for grande quero criar uma civilização de acordo com os meus ideais". Isto claro, entre um pão e uma chávena de mate. Ao lanche apercebeu-se que se calhar isso não se fazia assim. Olhou para um dos trinta posters do Hitler (sim, porque os pais deliravam com este tipo de barbaridades) que tinha na sua "mansão" e descobriu a solução para os que ousassem opor-se... câmaras de gás. Vá, pelo menos não resolveu fazer prisões "clandestinas" na europa, porque isso ao que parece é aceitável. Pessoas como o Sr. Dr. Rui Ramos deviam estar a fazer publicidade ao queijo flamengo. E já agora que aprenda a ler, porque pode ser esse o problema.
Tu, por outro lado, devias estar no anúncio da tv cabo... porque há coisas mais fantásticas que as Teresinhas e tu és uma delas, sem dúvida alguma.

João Pedro Lopes disse...

Portugal costumava ser um país conservador e anti-comunista. Um dia deixou de o ser e passou a ser socialista, mas como os de cima se assustaram passou a ser uma democracia social-democrata e ocidental, o que quer que isso queira dizer. Hoje parece que querem fazer-nos voltar ao anti-comunismo e a um conservadorismo mascarado ou a um neo-liberalismo selvagem e despreocupado.
O que nos salva é que isso tudo passa, mas quem tem de trabalhar para (sobre)viver sabe bem o que lhes querem fazer.

João Pedro Lopes disse...

Acho que nem era preciso falar disto, mas não concordar com a entrada da Argentina na guerra ao lado dos Aliados não significa defender a entrada na guerra ao lado do Eixo.
As pessoas não são a família onde crescem, e julgo que Guevara mostrou pelo que fez um desprendimento enorme dos prazeres da vida, teve várias oportunidades para cumprir uma existência desafogada de preocupações.
E também acho que és mais fantástica que a Teresinha.

(Anónima... o Che foi assassinado na Bolívia, o Congo foi a paragem anterior)

Anônimo disse...

A mesma anónima:
Oh, nem acedito que cometi esse erro. Obrigada pela correcção, a sério. Gostei do palavreado político, é bom ouvir chamar as coisas pelos nomes, mesmo que não perceba metade.

coiso. disse...

oh anónima diz-me quem és! lol gostava de ter o prazer de saber quem é que me acha uma coisa fantástica, é que são poucos xD
Obrigada por dispensares tempo por aqui a ler coisas que escrevo, isso sim é fantástico =)*

Anônimo disse...

lol
Nah digo!
Mas acho-te mesmo fantástica. Já achava. Sempre gostei muito de ti e não percebia porquê, até porque não nos conhecemos bem, mas ao ler o teu blog percebi... és mesmo preciosa. Inteligente, perspicaz e tens piada. Não fiquei surpreendida, só gostei de ler...
Só espero que comeces a tua revolução na publicidade com as publicidades a pensos higiénicos e detergentes, são simplesmente irritantes.
Não podes mudar o mundo, mas já estás a fazer alguma diferença, pelo menos em mim. Continua. Mereces muito ser feliz e estou a torcer por ti. É pra lamexice, mas é sincero.
Ah, amei: "Isto cá dentro é um misto de Guevara com Pessoa, é tanta revolta que até dói só de pensar." e "Num mundo perfeito frio é o gelo, não as pessoas."
Quanto ao primeiro texto "let me introduce myself", nem tenho palavras... a sério, demais...

ÉS FANTÁSTICA!!!!!

coiso. disse...

Opah!!!! fogo agr fiquei mm sme saber o que dizer...grrrr dizm kem és!! x)
So posso agradecer tamanho carinho, se soubesse quem és sempre dava pa te dar um abracito e um beijinhu pah! =)

Fofa!* * * *

Anônimo disse...

Está enganada no Rui Ramos, esse é outro qualquer. O Rui Ramos que escreve na Atlântico é licenciado em História e doutorado em Oxford.

coiso. disse...

Sr. Paulo Mascarenhas, agradeço a sua rectificação. Realmente enganei-me mas não foi no Rui, foi apenas no local e na àrea de formação deste. Pois o Rui Ramos de que falo é aquele mesmo que escreve na Revista Atlântico. Peço desculpa realmente pelo lapso, mas acho deveria ficar mais inflamado com aquilo que o tal senhor escreve e não com o lapso desta bloguista. O que realmente interessa e, o Sr. acaba de o provar, não é o "onde", nem o "como" e muito menos o "em quê" que é formado Rui Ramos.

Paulo Pinto Mascarenhas disse...

Já agora outra rectificação: ao contrário do que parece pensar as pessoas podem ser de direita e não ter nada a ver com Salazar ou com o anterior regime. É o meu caso - como é o do Rui Ramos. Não comentei o resto porque me parece que faz uma enorme confusão: os dados publicados na revista provêem de várias fontes históricas - não são inventados, como deve calcular. E, ao contrário do que parece acreditar, a comparação não é feita com Hitler - o que se pretende com a ilustração é desmistificar um ídolo romântico de alguma esquerda e exibir os crimes que existiram por detrás desse mito.

Cumprimentos.

Take Me As I Am disse...

Ó minha cara amiga..agora já percebi o porquê de ter demorado tanto tempo a escrever este post..ainda que deva dizer que concordo plenamente!
Não sei o que passou pela cabeça do Sr.Dr.Rui Ramos, mas enfim..

Só mais uma coisinha..que texto é que escolho para a aula de RA de amanhã?! hem?!

olha..posso concordar com a tua admiradora secreta?!

É que também te acho fantástica! (mas eu acho que isso tu já sabias, ou entao não, mas ficaste agora a saber..)

Beijinho grande minha pequenina

coiso. disse...

Sr. Paulo, quem não percebeu muita coisa nas minhas palavras foi o senhor. As comparações que fiz foram feitas com base naquilo que li e daquilo que daí retirei. Se gosta ou não de Salazar isso não é um problema meu e muito menos da minha consciência, agora não me faça de parva ao ponto de desmentir a comparação entre Hitler e Guevara, aliás é algo que nem preciso de dizer, basta olhar a capa da revista. Se aquilo que diz é basiado em factos, então, peço-lhe que os faça chegar a mim, pois ao contrário de muitos eu gosto da verdade doa ela a quem doer, mas eu disse a verdade, e a verdade fundamentada.
Sabe eu não gosto das ideologias de direita, mas respeito toda a gente, e há muitos que admiro até, agora por não gostar não vou abandalhar as figuras, que diz românticas, da direita, porque não é a atacar a esquerda com coisas tão absurdas que se vai conseguir abalar a mesma.
Se conhece a História, como creio que conhece, então eu pergunto-lhe se houve alguma revolução que não tenha tido baixas? tirando algumas excepções, não me parece que tanham sido assim tão poucas. No entanto, isso não lhe dá nem a si nem a ninguém o direito de por Guevara ao lado de Hitler. Guevara acreditava no povo, e por ele lutou com a finalidade de lhe dar algo melhor.
Ao contrário daquilo que possa pensar, eu não tenho os olhos vendados e há muita coisa que abomino tanto à esquerda como à direita, se estivesse a comparar Mao Tsé-tung a Hitler aí talvez concordasse. Pois, mais de 70 milhões de chineses morreram durante o período de governação de Mao, isto em tempo de paz. Esta comparação, sim, faz algum sentido.
Bom, acho que nem vale a pena continuar com isto porque não nos leva a lado nenhum, pelo menos não a mim, que sou apenas uma simples estudante, sem metade do seu poder, do seu porte catedrático e da sua escola de vida. Mas com, pelo menos, o dobro da sensatez.

Cumprimentos.

coiso. disse...

Correcção: baseado.

Anônimo disse...

esta miuda rocka.

mascarenhas? ficas-te? XD

João Pedro Lopes disse...

Quanto à questão da pena de morte vou mesmo ter que fazer vários reparos.

Não se pode defender a inviolabilidade da vida humana ao mesmo tempo que se defende a pena de morte, isto porque a pena de morte constitui um assassinato. A pessoa que assina uma sentença de morte é um assassino, às vezes tão ou mais assassino do que aqueles que está a condenar à morte. E pior que tudo isto, quem está a assassinar o condenado é o Estado, logo se houvesse pena de morte em Portugal eu estaria a participar num assassinato colectivo de cada vez que algum condenado era executado. A declaração universal dos direito do homem diz no artigo 3 que toda a gente tem o direito à vida. O artigo 2 deixa bem claro que TODOS os seres humanos podem invocar os direitos proclamados na Declaração e que não deve ser feita qualquer distinção fundada no estatuto jurídico do país. Ou seja, a pena de morte é uma violação dos direitos humanos. Se não bastasse ser moralmente reprovável, afinal, é também, à luz do direito internacional e do documento fundador dos direitos humanos, ilegal.

Agora uma pequena provocação...

Não é uma contradição dizeres que a pena de morte é um parcial desrespeito pela vida humana (eu juro-te que quando li isto fiquei baralhado, como é que matar uma pessoa é um parcial(?!) desrespeito pela vida humana, ou por outra, o que é um parcial desrespeito pela vida humana? quando matas uma pessoa a vida acaba totalmente, certo?) e ao mesmo tempo teres uma foto da Aung San Su Chi? É que quando o Estado mata é tão mau na Bimânia como noutro sítio qualquer.

João Pedro Lopes disse...

Parece que adivinharam... Na Visão desta semana vem um quadro bem pequenino sobre a abolição da pena de morte na Europa, em que estamos em primeiro. 1849, ano da última execução (quase 160 anos) e 1867 (140 anos) data da abolição da pena de morte para crimes comuns. Na Suécia só em 1910 se deu a última execução.

coiso. disse...

João, eu não fiz confusão nenhuma, parece é que não sou suficientemente clara naquilo que escrevo. Ao referir-me a Saddam Hussein, a violadores e especialmente a pedófilos, a minha defesa da vida humana passa a ser parcial, isto, porque não considero que estes seres mereçam o apelido humano e, muito menos, a dádiva que lhes foi dada - a vida.
Quando se vive a espalhar sofrimento e morte acho que sou mesmo muito estúpida e insensível, ao ponto de desejar a morte a quem tem um total desrespeito pela vida.
Quanto à foto da Aung San Su Chi, acho que a confusão não foi minha mas tua. Eu defendo a vida de pessoas inocentes, não daquelas que fazem da morte um prazer cobarde e que fazem da vida um bem menor, isto, a vida alheia, porque quando chega a hora do aperto sabe bem haver alguém que defenda o direito à vida, não é?

Não me provocas-te, apenas me deixas-te a pensar que tenho que, provavelmente, ilustrar aquilo que digo. =)*

Hugo Luís disse...

Olá xôdona Elia!! =)
Vamos lá ver se eu consigo encarreirar isto...

Em relação à parte verde:

Para começar, «o que realmente importa é "berrar" contra a analogia criada pela imagem», literalmente. Não se pode associar o que não é associável e, definitivamente, Che não é associável a Hitler. Em segundo lugar, fiquei atónito quando li que «argumentos e factos históricos não interessam a este debate». Então o que é que interessa realmente? Pensei que o objectivo fosse tentar desconstruir " Guevara - o mito ", mas, uma vez que não se pode usar a História, já não sei nada. Mais à frente, uma parvoíce: «Mas esta idolatria em relação ao médico argentino também nos diz muita coisa sobre esta 'gente'». Espere lá, o xor está a depreciar quem pensa de maneira diferente da sua?! Afinal sempre há quem tenha Salazar à cabeceira da cama...
No que diz respeito ao post que publicaste do Rui Santos, acreditando que não é um sofisma, não tenho nada a acrescentar.
Quanto à pena de morte, o que Rui Ramos escreveu foi uma crónica, pelo que tens o direito de discordar. Para mim, «amor com amor se paga».

Em relação à parte branca:

Dona Elia, sinceramente não consegui ver comparação nenhuma a Hitler senão na capa. Lá para o meio, quando abordas a não entrada de Portugal na Segunda Grande Guerra, já não estás a criticar o artigo do Rui Ramos, mas sim a defender Che Guevara e a arremessar pedras à decisão política de Salazar. Para finalizar, penso que o motivo dessa revolta é a não aceitação de um Guevara sem ser o que Korda imortalizou. Recomendo um artigo de Pedro Norton, que vem na Visão desta semana e que, quanto a mim, esclarece bem a razão pela qual Che ainda vive.

* O 25 de Abril foi uma revolução sem vítimas*

Espero que esteja tudo bem consigo e deixo-lhe aqui um grande muah***

Anônimo disse...

Já li o Blog todo.
Manda lá um mail para aiqueistocusta@hotmail.com que aqui os Ais querem falar contigo.

coiso. disse...

Sôr Huguito!!

Bom comigo ta td joyce lol
Pois realmente a comparaçao só é feita na capa da revista, o que prova que não há por onde comparar Hitler com Che, no entanto Rui Ramos chama Che de carniçeiro.
Quanto à minha comparação de Protugal de Salazar foi só para fazer ver que não se pode olhar só para fora e criticar, por vezes há que olhar para dentro. E realmente é verdade, sôr Hugo, não me limitei a defender Che, como também ataquei a direita que engloba Rui Ramos, mas assumo tudo isto e com muito orgulho!
Há uma coisa fundamental aqui, Hugo. Eu só estou, para além e defender uma figura que me parace merecer todo o meu respeito, a mostrar que estas pessoas escrevem e são aplaudidas, mas na verdade escrevem verdadeiras barbaridades que a mim só servem como um veiculo facil de propaganda adversa à esquerda.

Espero-o bem e deixo outro muah!*

João Pedro Lopes disse...

O 25 de Abril, tanto o dia como todo o processo revolucionário tiveram mortos, nomeadamente os 4 assassinados por agentes da PIDE-DGS na António Maria Cardoso no próprio dia.

Hugo Luís disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Hugo Luís disse...

As pessoas reuniram-se em frente à sede da PIDE e foram recebidas a tiro, resultando na morte de 4 pessoas. Se quiseres, podes fazer um paralelismo, por exemplo, com o «Domingo Sangrento» de 1905 que, apesar de ter pouco ou nada a ver, se trata também de uma manifestação em que os manifestantes foram recebidos com violência. Com isto apenas quero dizer que foram vítimas de uma manifestação e não propriamente da revolução, pois não tiveram nada a ver com a actuação do MFA, ou seja, a entidade revolucionária. Assim, tens razão quando dizes que o dia teve vítimas, mas deixas de estar certo quanto ao processo revolucionário. Se isto não estiver certo, devo considerar que fui enganado pelo meu professor de História do 9º ano.