quinta-feira, 16 de agosto de 2007

let me introduce myself...

Vivo rodeada de coisas, de gente num aglomerado sentimentalmente vazio no qual me sinto incrivelmente sozinha.
Nada nem ninguém me preenche.
Tudo o que faço, sinto e penso é imitação do que vejo, nada é legitímo ou verdadeiro...sou uma fraude social, um falhanço moral. 19 anos de convivência e nem sequer me conheço. O meu reflexo é uma construção dos meus sentidos, as minhas expressões são força do hábito, nada me pertence..
Vivo assombrada por distorções mentais do verbo gostar, nunca aprendi ou soube o que é amar e descanço na sombra da saudade daquilo que não sei se me faz falta. Forço sentimentos que não tenho, apenas para sentir.
Sou complexa, eu sei. Depressiva, também sei. Mas fora isso? isso não sei...
No auge do meu conhecimento sinto-me ignorante, na ignorância do meu ser reconheço-me..(uff..) que alivio seria renascer, sobre nada saber e em nada ter que pensar, não saber fingir ou enganar, adormecer sobre a verdade e na felicidade acordar.
A minha vida é uma contorção constante, tento caber mas não me encaixo. E apenas na ginástica das palavras me encontro (muito) de vez em quando. Mas deixo-me levar nas construções frásicas do discurso e perco-me de vista novamente...

Não passo, senão, de um encontro pontual.

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