quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

:.Chato...:

É daqueles dias em que a minha miséria me parece ligeiramente acentuada...
Não vai haver "aquele" olhar, nem "aquele" beijo e muito menos "aquele" momento.
Vai ser espaçoso, arejado, livre...demasiado livre.
É daqueles dias em que o sentir-me presa me deixaria radiante.

Não, não é desespero.

É antes solidão.




Acabaram-se as datas parvas...

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

:.Passa-se qualquer coisa.:

Hoje a vontade arrasta-se.
O vazio pesa...
Estalam-me os ossos de cansaço.
Sinto escorrer vida por entre os dedos,
a mão torna-se solta e cai dormente sobre o peito.
Perco-me na imensidão de coisas que não tenho e esqueço o que tenho...
Mas olhando aqui para dentro, nada sobra de mim:
tudo se reparte por ti.
Não precisas, já tens tanto.
Sou supérflua, mera ostentação do teu capricho.
Mas mesmo assim, manténs-me.

Porquê?

domingo, 3 de fevereiro de 2008

:.Está ainda a decorrer a temporada da decadência, camuflada com a parvoice excessiva de quem quer parecer que está bem.:

Estou no meio de um vazio de gente,
gente que não vejo, não oiço, não sinto.
Sei que estou a mais, que sou dispensável, que não pertenço aqui.
Mesmo assim fico...
De olhos vidrados, com lágrimas a queimar para cair
de uma emoção tão bruta que me greta o rosto.
Estas com ela nos braços, de olhos fechados mordendo o lábio,
só te vejo a ti,
só a oiço a ela,
só os dois eu sinto.
Olhas-me,
sorris,
e eu desespero.
Sei que sabes,
toda a gente sabe,
o meu sentimento virou transparente, público e crescente.
Irrita-me, ferve e transborda,
inunda-me a cabeça de pensamentos que cavam cada vez mais espaço para me enterrar.
Passo a mão no peito e sinto saliências,
estilhaços de indiferença que vais deixando em mi.
Não sei se é vidro,
mas corta,
dói e faz sangue como se fosse.
Não sei se é amor,
mas é algo que aperta,
um espartilho de pele que sufoca o que de mim quer sair e gritar por ti.
Fazes-me querer-te até à exaustão,
cansas-me o sentir e adormeces-me a vontade.
Não quero isto,
Leva!
Leva-o, porque não consigo mais viver com ele,
não me dá espaço,
não me deixa respirar.
Fica algures entre o coração e os pulmões,
é uma embolia diária que me paralisa
e que quase me mata...
Por mim tudo bem,
se isso significar que te tenho,
eu deixo-me morrer.

És indescritivelmente perfeito.
E eu um nada, pisado de tão invisível.